Política industrial: aspectos para alcançar a competitividade:
30/10/2024
Da esq. para dir.: William Rospendowski, Rodrigo Soares, Fernando Pimentel, Flavia Kickinger, Mariele Christ e Fabrício Silveira.
A política industrial como fator-chave para competitividade das empresas brasileiras em cadeias globais de valor foi o tema abordado, no último painel, do primeiro dia do Congresso Internacional Abit 2024.
Fabrício Silveira, superintendente de Política Industrial da CNI, disse que o Brasil tem a provocação de voltar a crescer e que a desindustrialização é o grande entrave. “O cenário é desafiador, mas tem oportunidades. Temos mercado interno forte, recursos minerais, matriz energética limpa e estrutura produtiva diversificada, entre outros”, disse. Ele apresentou a agenda de combato ao Custo Brasil e que caminha junto com a política industrial brasileira. Fabrício Silveira também destacou a importância da Nova Indústria Brasil (NIB), lançada em 2024, pelo governo federal, visando estimular a indústria brasileira até 2033. A iniciativa inclui subsídios, empréstimos com juros reduzidos e ampliação de investimentos.
Mariele Christ, coordenadora de Indústria e Serviços da ApexBrasil, destacou que a Agência apoia as ações da NIB na vertente internacional, com o objetivo de reposicionar o Brasil no mercado exterior. “Nossas iniciativas buscam vincular a NIB desde que foi criada”, enfatizou. Segundo ela, a Apexbrasil realizou planejamento estratégico interno e tem diretrizes alinhadas à política industrial com foco em sustentabilidade, diversificação regional , diversificação de empresas apoiadas e desconcentração de destinos internacionais.
Flavia Kickinger, do departamento de Bens de Consumo, Comércio, Economia Criativa e Serviços do BNDES comentou sobre o papel do Banco na NIB. “Financiamento é essencial para que esses pontos da Nova Indústria saiam do papel. Sem estrutura de capital, as empresas não conseguem reagir”. Acrescentou que o Plano Mais Produção está calcado na NIB e que o BNDES tomou uma série de medidas nesse sentido. “Estamos fortalecendo a questão industrial e lançamos o programa Mais Inovação para prover crédito em condições competitivas”.
Rodrigo Soares, do Sebrae Nacional, ressaltou a relevância do apoio oferecido especialmente às pequenas empresas que representam cerca de 90% do universo do setor têxtil e de confecção. Ele reforça que o Sebrae tem atuado em inovação, digitalização, internacionalização e práticas sustentáveis – pilares da NIB. “Juntamente com a Abit, estamos construindo novo projeto para apoiar a indústria da moda, assim como fizemos com o programa Vista Brasil, encerrado recentemente”.
William Rospendowski, Superintendente de Inovação da FINEP, também participou do painel. A Agência pública financia a inovação, desde a pesquisa básica até a preparação do produto para o mercado. “Atuamos em vários setores e eles precisam de crédito. Temos várias linhas com esse fim. Além disso, a FINEP auxilia a compor projetos para empresas de diversos perfis”, pontuou.
Fernando Pimentel, diretor-Superintendente da Abit, mediou o debate.