Nota Oficial: Abit pondera sobre equilíbrio entre cuidados com a saúde e retomada econômica
20/04/2020
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) manifesta sua preocupação, que também reflete a apreensão das empresas do setor, com o risco de colapso dos sistemas produtivos, no contexto da pandemia da Covid-19, que abala o mundo e o Brasil. Por isso, a entidade entende ser preciso, com todo o cuidado e responsabilidade e de modo coordenado e organizado, com envolvimento e sinergia da União, estados e municípios, iniciar a retomada das atividades da indústria, comércio, serviços e transportes.
É necessário planejar o reinício do funcionamento de todas as cadeias de suprimentos, considerando sua interdependência, de modo a dar um horizonte para as empresas e para as pessoas que nelas trabalham. Sem dúvida, a prioridade é a vida humana. Por isso, é preciso cuidar da saúde das pessoas, mas também da saúde da economia, pois empregos e renda são fundamentais para o bem-estar individual e da sociedade. Inclusão social e maior cuidado com os vulneráveis são igualmente importantes para uma existência saudável das pessoas e famílias.
Sem uma retomada planejada e organizada das atividades, corremos sério risco de criar uma situação sem precedentes no País, alargando ainda mais o número de desalentados e desempregados, lembrando que já havia mais de 11 milhões de pessoas sem emprego antes da pandemia. Há risco de um agudo crescimento da perda de postos de trabalho e de fechamento de empresas. Por isso é necessário que o Brasil tenha uma perspectiva de reinício dos negócios, em acordo com a necessária prudência diante do quadro de pandemia ora vivido.
A Abit considera mais do que importante que a população vulnerável e de risco permaneça sob os cuidados e orientações prescritos pelas autoridades competentes. Ademais, devem ser adotadas e mantidas todas as precauções e instruções com higiene, limpeza e organização dentro do ambiente de trabalho.
A Abit e o setor têxtil e de confecção estão trabalhando intensamente no sentido de contribuir para que o País supere a grave conjuntura. Tal mobilização é importante e patriótica, dado que nossa indústria é relevante no contexto da manufatura e da economia nacional, tendo impacto em vários outros setores, empregando 1,5 milhão de pessoas diretamente e produzindo, dentre outros itens, produtos médico-hospitalares, tão necessários neste momento da vida nacional.
Se considerarmos os empregos indiretos e efeito renda, são oito milhões de pessoas envolvidas com o segmento têxtil e de confecção. Estamos todos vivendo uma percepção de vulnerabilidade, porém poderemos usar a tecnologia para organizar as informações e utilizarmos toda a rede de proteção social que construímos para enfrentar o vírus, com coesão e não com o caos social. A saída desta crise precisará de fortes ações do governo, mas também do setor privado, dentro das suas competências e possibilidades. Solidariedade é uma palavra-chave, pois estamos todos no mesmo barco.
É preciso ter equilíbrio e discernimento para encontrarmos o balanço adequado entre o cuidado com pessoas, objetivo fundamental, e a atenção com a economia. Não são e não podem ser escolhas excludentes, mas, ao contrário, devem ser sempre convergentes.