Instituto Malwee incentiva empregabilidade e renda de mulheres no Ceará

31/03/2022

Vitória Régia Lima da Silva e Gleiciane Sousa Lima, moradoras de Horizontes, em Pacajus, região metropolitana de Fortaleza (CE), encontraram nas máquinas de costura uma maneira de concretizar seus sonhos. Ambas pretendem concluir a formação do Tecendo o Amanhã, que integra o projeto "Menos Resíduo, Mais Renda", do Instituto Malwee,  e empreender em suas próprias confecções. Além dos planos futuros, as mulheres possuem histórias semelhantes:  trabalham como catadoras no lixão de Pacajus.

Com a  iniciativa do Instituto Malwee, da qual participam Vitória e Gleiciane e outras 18 mulheres que também atuam no lixão, elas têm acesso a  seis máquinas de costura e recebem retalhos de tecido fornecidos pelo Grupo Malwee. A empresa de moda catarinense inaugurou sua filial na cidade cearense em 2010. O parque fabril conta com uma área de 36 mil m2 e atende os setores de costura e estamparia. 

O resíduo do corte é o segundo maior em volume de resíduos gerados na indústria têxtil, o que motivou o Instituto a buscar uma conexão entre a destinação desses materiais e o incentivo a ações de economia circular e geração de renda para mulheres.

No período das aulas, as participantes aprendem técnicas de costura e moda com o uso dos tecidos, recebendo treinamento para identificar oportunidades e práticas empreendedoras. Além disso, contam com transporte gratuito e recebem cestas básicas. Depois do encerramento da capacitação, elas terão acesso a materiais residuais ao longo de seis meses, mentoria com voluntários do Grupo Malwee e formação continuada por meio do Ateliê Virtual Instituto Malwee, plataforma criada pelos voluntários do Grupo Malwee, com dicas e tutoriais para a confecção e comercialização de produtos, além de conteúdos sobre empreendedorismo.

A qualificação é realizada em parceria com o Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS) e acontece em duas turmas, cada uma com 20 mulheres. A primeira, que já está acontecendo e finaliza em abril de 2022, e a segunda que acontecerá de abril a setembro de 2022. A expectativa é expandir o projeto nos próximos anos, atendendo mais pessoas em outras regiões do país. As aulas ocorrem todas as terças e quintas-feiras, das 8h às 12h, no Centro Cultural Maloca dos Brilhante (Av. Lúcio José Menezes, 1107).

Empoderamento pessoal e profissional - O ingresso e desenvolvimento das mulheres no mercado de trabalho sempre é marcado por diferentes obstáculos, que se agravaram ainda mais com a pandemia nos últimos dois anos. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 8,5 milhões de mulheres ficaram desempregadas no terceiro trimestre de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019.

Ao reconhecer essas dificuldades, Vitória e Gleiciane destacam a oportunidade que a capacitação proporciona para seu empoderamento individual e coletivo por meio da empregabilidade e geração de renda própria. “Eu me imagino com meu próprio negócio, pois, assim, posso desenvolver mais. Com meu projeto de costura eu posso empregar outras pessoas. Eu e minhas colegas [do projeto] estamos tecendo o futuro”, afirma Vitória, mãe de duas meninas.

Projeto Tecendo o Amanhã - Crédito: divulgação/Malwee

Com seis filhos, Gleiciane relata que já sonhava com um curso de costura, mas não teria condições de arcar com o investimento. “Nunca tive oportunidade porque é caro. Eu quero produzir as minhas coisas, porque eu já trabalhei, mas sempre para os outros. Aqui, aprendi artesanato, que eu já tinha visto, mas não sabia como fazer. No curso vou aprendendo para colocar tudo em prática”, relata.

Além de Pacajus - A segunda frente do programa de economia circular Grupo Malwee corresponde à distribuição de resíduos têxteis para organizações sociais. As primeiras beneficiadas foram a Associação Paula Elizabete, de Montes Claros (MG); CREN - Centro de Recuperação e Educação Nutricional, de Maceió (AL); Associação das Mulheres de Paraisópolis, de São Paulo (SP); projeto de capacitação de Haitianos do SENAI  Jaraguá do Sul e Guaramirim (SC) e CEDEP - Centro de Educação Popular de Florianópolis (SC). A proposta é fornecer material que possa ser usado para a elaboração de produtos artesanais e gerar renda para as instituições e para as mulheres e famílias atendidas. Assim como as participantes da qualificação, as entidades também terão acesso ao Ateliê Virtual Instituto Malwee, que expande as ideias para reaproveitamento das sobras de tecidos e insumos.

O projeto “Menos Resíduo, Mais Renda” integra um conjunto de práticas sustentáveis realizadas pelo Grupo Malwee, alinhadas ao modelo de economia circular, que relaciona o desenvolvimento econômico ao uso mais consciente dos recursos naturais. Além das capacitações e destinação dos resíduos, a empresa investe em processos e matérias-primas de menor impacto ambiental, parceria com o brechó online Repassa e campanhas para aumentar a vida útil das roupas e outras iniciativas.

“Nossa missão é investir na transformação social por meio de atitudes que promovam a responsabilidade na relação com o meio ambiente e o cuidado com as pessoas”, destaca o CEO do Grupo Malwee, Guilherme Weege.

Com uma jornada sustentável consolidada, o Grupo Malwee, por meio do seu Instituto, tem como objetivo contribuir para a inclusão social, melhorando a qualidade de vida e desenvolvimento econômico das mulheres e suas famílias e dos grupos participantes.