Desenvolvimento sustentável: desafios rumo à competitividade
31/10/2024
Mudanças climáticas, uso correto dos recursos naturais, gestão de resíduos e preservação da biodiversidade são alguns dos desafios que vem se apresentando com cada vez mais e, junto a isso, surge uma séria de regulamentações. Esses foram alguns dos tópicos debatidos no segundo dia do Congresso Internacional Abit 2024.
Sissi Alves da Silva, coordenadora-geral de Bioeconomia e Economia Circular do MDIC
Sissi Alves da Silva, coordenadora-geral de Bioeconomia e Economia Circular do MDIC apresentou detalhes do Decreto 12.082 que trata da Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC), lançada pelo governo federal em 2024. “Essa é uma agenda relevante para o governo Lula e o setor produtivo precisa se engajar. A ideia é que governo, sociedade, indústria, todos tralhem para que a economia seja cada vez mais circular”, frisou. A ENEC está presente na política da Nova Indústria Brasil (NIB) e tem, entre suas diretrizes, a produção e o consumo sustentáveis. “Entendemos que essa é uma agenda de desenvolvimento econômico”.
Lars Fogh Mortensen, do EU Institution, participou do painel de forma online e comentou sobre a regulação do setor têxtil União Europeia que tem liderado a criação de regras, leis e obrigações em relação à sustentabilidade. Segundo ele, hoje a União Europeia tem 16 legislações em andamento que tem relação ao consumo de têxteis na região, impacto climático e ambiental e rastreabilidade, entre outros. Ele comentou que, na União Europeia, cada pessoa consome 14 kg de roupa por ano. “Percebemos o crescimento na produção de fibras sintéticas, especialmente poliéster. Cerca de 60% das roupas têm plástico envolvido”, citou.
Viviane Lunelli, presidente da Lunelli
O painel também contou com a participação de empresas que apresentaram suas ações nesse sentido. Viviane Lunelli, presidente da Lunelli, empresa com 43 anos de fundação e considerada a maior estamparia digital do Brasil, mostrou a visão de sustentabilidade da empresa, com o propósito de fazer moda com significado que promova impacto positivo no mundo e para todos. “Temos cadeia ampla, que inicia na malharia e vamos até o final da cadeia, nas lojas”. A Lunelli, de acordo com ela, tem um projeto de moda circular. “Ano passado, enviamos 2300 toneladas para reciclagem”, contou.
Paulo Costa, diretor da Nova Kaeru
Paulo Costa, diretor da Nova Kaeru - empresa pioneira e inovadora no desenvolvimento de biocouros sustentáveis, com foco especial no couro de pirarucu (peixe da Amazônia) – também esteve no debate. Além do manejo sustentável do pirarucu, ele contou detalhes do desafio que a empresa tem desenvolvido nos últimos anos e que deve entrar em prática em 2025: transformar a planta orelha de elefante em um novo produto como uma alternativa ao couro. “O caule dela também é biodegradável”, acrescentou.
Leandro Ito, Head de Sustentabilidade da C&A
Leandro Ito, Head de Sustentabilidade da C&A, comentou sobre diversas ações que a multinacional tem desenvolvido no seu histórico, como a fundação do Instituto C&A, em 1991, e o Movimento Reciclo, que envia para a reciclagem peças doadas pelos clientes nas 336 lojas da rede espalhadas pelo Brasil e, ainda, a criação de uma coleção totalmente rastreável. “Uma nova agenda está surgindo com regulamentações, a realidade das mudanças climáticas, biodiversidade e direitos humanos. Rastreabilidade e colaboração serão fundamentais”, considerou.