Abit participa do ENAI 2024

27/11/2024

O diretor-superintendente e presidente emérito da Abit, Fernando Pimentel, marcou presença na 14ª edição do Encontro Nacional da Indústria (ENAI) 2024, promovido pela CNI, em 27 de novembro, em Brasília (DF). O evento convida os atores da indústria brasileira para uma reflexão sobre a necessidade de digitalização e automação, sem deixar de lado a preocupação com o social e o meio ambiente. O encontro deste ano propõe discussões em cima do tema: “Neoindustrialização e redução do Custo Brasil: uma nova indústria para um futuro sustentável”. Uma mobilização agora, mas de olho no amanhã. 

Pimentel participou do painel "Estratégias e propostas para vencer o Custo Brasil e Lançamento do Observatório do Custo Brasil", ao lado de Andrea Macera, secretária de competitividade e política regulatória do MDIC, Arnaldo Jardim, presidente da frente parlamentar pelo Brasil Competitivo, e Rogério Caiuby, conselheiro executivo do Movimento Brasil Competitivo (MBC). A moderação ficou por conta de José Ricardo Roriz Coelho, presidente da ABIPLAST e do SINDIPLAST.

O Custo Brasil foi o principal tema de debate no ENAI. Os encargos tributários, a burocracia excessiva e a ineficiência logística custam cerca de R$ 1,7 trilhão por ano. A principal novidade apresentada foi o lançamento do Observatório Custo Brasil, ferramenta desenvolvida em parceria entre o MDIC e o MBC, que priorizará seis iniciativas: ampliação e diversificação da matriz logística, acesso ao crédito empresarial, expansão do acesso à banda larga, simplificação tributária, abertura do mercado de gás natural e evolução no mercado de energia elétrica. Segundo estimativas do MDIC, a ferramenta deve contribuir para a redução do Custo Brasil em R$ 530 bilhões na próxima década.

Da esq.: Arnaldo Jardim, Rogério Caiuby, José Ricardo Roriz Coelho, Andrea Macera e Fernando Pimentel

"O ENAI se consolida como um evento de grande importância por reunir toda a indústria do país. A partir desses encontros, é possível estabelecer conhecimentos e aprendizados que ajudam a resolver problemas regionais, contribuindo para o fortalecimento do potencial de crescimento e desenvolvimento do Brasil. Essas ocasiões promovem a integração e a troca de experiências, e o conhecimento adquirido é aplicado ao longo do processo, resultando no desenvolvimento do país e na redução da desigualdade social", comentou o diretor da Abit.

A pauta do ENAI 2024 tem foco no crescimento: revisão e atualização do conceito de industrialização, levando em consideração as demandas e desafios do século 21; reflexão sobre uma nova fase da industrialização, com avanços tecnológicos, como a digitalização e a automação (Indústria 4.0); aliar os processos aos aspectos de sustentabilidade e responsabilidade social e, ainda, reconhecer a importância da sustentabilidade, inovação e inclusão.  

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que o país precisa se unir e promover uma estratégia de política industrial perene e de longo prazo. “O Brasil é a bola da vez. Não tenho dúvida disso. Nós todos somos os responsáveis por isso e não podemos deixar que esse trem passe”, enfatizou Alban, durante a abertura do ENAI. Ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, Alban observou que o ENAI busca unir a indústria e o poder público em torno de agendas que possam levar ao desenvolvimento do Brasil.   

O presidente Lula criticou, mais uma vez, a elevada taxa de juros do país, atualmente em 11,25%, e afirmou que os índices de crescimento da economia registrados em seu governo afastam qualquer projeção pessimista. Ele destacou que a economia real sempre pode ser maior que a economia teórica. “Pouco dinheiro na mão de muitos significa economia mais equânime”, frisou. 

Para Lula, o consumidor é a figura mais importante da economia. “Não é apenas empregado, é consumidor. Eu valorizo muito a microeconomia. O dinheiro precisa circular na mão de muito mais gente para que possa significar crescimento econômico, distribuição de renda e melhoria da qualidade de vida da população”, defendeu.    

Geraldo Alckmin reiterou o papel da indústria para o crescimento consistente da economia.  “No segundo trimestre, o PIB brasileiro cresceu acima do esperado, 1,4%. Esse crescimento foi muito impulsionado pela indústria, que cresceu 1,8%. Quando a gente abre [os dados] da indústria, a maior parte foi bens de capital, ou seja, investimento, o que garante que vamos ter um crescimento mais sustentável", disse.    

Alckmin disse que o governo tem apostado em iniciativas que tornem a indústria mais inovadora, sustentável e competitiva. O vice-presidente também lembrou que a reforma tributária – cuja regulamentação está em discussão no Congresso Nacional – é fundamental para o setor.    

Assista ao vídeo de abertura:

A primeira edição do ENAI foi em 2006. O encontro é o maior e mais abrangente evento de mobilização da indústria, sindicatos e federações do setor no país. Reúne lideranças empresariais para alinhar e validar posicionamentos, com foco nas ações de defesa da indústria nacional e no desenvolvimento da competitividade do setor.